Banco Central aumentou a Selic para 14,25 porcento como meta da inflação e desvalorizando o seu dinheiro
- Lucas Simon
- Investimentos
- 19 de março de 2025
Indices
O Banco Central do Brasil (BACEN) tem como objetivo principal assegurar a estabilidade da inflação e é por meio do COPOM que o BACEN decide qual será a Taxa Selic dos próximos 45 dias. Hoje, 19 de março de 2025, tivemos a grata surpresa de que o COPOM anunciou o aumento dos juros básicos da economia em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Segundo o Comitê de Política Monetária (COPOM), o aumento tem como base a alta dos preços dos alimentos e as incertezas em torno da economia global.
Como é feito o controle da inflação.
De acordo com o site do BACEN uma inflação baixa e estável traz benefícios para a sociedade, fazendo com que a economia cresça de forma sustentável e previsível. As pessoas poderão planejar seus sonhos, trocar de carro a cada cinco anos, e sua renda (salário) não será corroída. Para alcançar tal inflação baixa, às vezes é necessário implementar apertos monetários, já que o governo brasileiro não consegue controlar suas dívidas, gastando mais do que pode.
“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.”, destacou o comunicado.
Uma opinião sobre esta frase: o atual governo não possui um desenvolvimento claro da política fiscal e tampouco um regime fiscal sustentável. Pelo contrário, este governo segue gastando de forma irresponsável.
Continuando, no Brasil, adota-se a meta de inflação para o ano, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e cabe ao Banco Central (BC) adotar as medidas necessárias para alcançá-la.

Infelizmente, alguns dizem que o BACEN é independente, mas isso é apenas uma meia verdade, pois o BACEN é somente um instrumento do Conselho Monetário Nacional, que se reúne e define como se dará a economia durante o governo vigente. É válido ressaltar que o responsável por este aumento na Taxa Selic de hoje não é o BACEN. Como ferramenta, ele é obrigado a corrigir a gastança desenfreada do desgoverno brasileiro
Para aumentar a Taxa Selic, eles utilizam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como base. Segundo o IBGE, em fevereiro de 2025, ficou em 1,48%, mas, devido ao fim das concessões de bônus de Itaipu na conta de energia dos brasileiros e ao aumento considerável nos preços dos alimentos, esse indicador (IPCA) acumulou uma alta de 4,87% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta do ano passado.
Quem diria, erraram a meta? Vamos reformular a pergunta. Quem de fato errou nessa história: o Governo, o IBGE ou o Bacen?
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação a ser perseguida seria de 3%, com 1,5% de margem de erro para cima ou para baixo, sendo o limite inferior de 1,5% e o superior de 4,5%, respectivamente. De acordo com o Bacen, prevê-se que a meta será alcançada e que o IPCA fique em 4,5% no final do ano de 2025. Porém, algumas instituições financeiras, divulgadas pelo próprio Banco Central, acreditam que a inflação ultrapasse os 5,66% no final de 2025.
Ajustando, desculpe, aumentando a Taxa Selic para 14,25%, a autoridade monetária prevê que o IPCA chegará a 5,1% em 2025 (acima da meta estabelecida) e que, talvez, no final de 2026 a inflação passe a ser de 4%.
Efeitos colaterais do aumento da Taxa Selic
Com o aumento da Taxa Selic, o Banco Central do Brasil procura conter a inflação. O que será esclarecido aqui são seus efeitos colaterais. O primeiro deles é o crédito mais caro para aqueles que necessitam realizar um empréstimo. Com os juros altos, automaticamente há um desestímulo no consumo e na produção, dificultando o crescimento das empresas e, consequentemente, o crescimento econômico.
De acordo com o BACEN em 2025, a projeção de crescimento econômico aumentou para 2,1%; entretanto, o mercado prevê um crescimento um pouco menor, em torno de 1,9%.
Outro objetivo do BACEN ao aumentar a Taxa Selic é que ela é utilizada como base para as demais taxas de juros da economia. O aumento dela contém o excesso de demanda que pressiona os preços, ou seja, tudo fica caro e você, pessoa física, deixa de comprar, para guardar e poupar dinheiro. Para aqueles que possuem algum capital guardado, essa é uma boa oportunidade para a compra de títulos de renda fixa atrelados à inflação e à Selic. A médio prazo, podem conseguir uma boa rentabilidade e aproveitar uma pequena alta até as próximas eleições. Caso este desgoverno seja reeleito, e agora é a minha vez de falar: prevê-se uma alta mais acentuada na inflação.
Seu dinheiro desvalorizando.
Durante este artigo, foi exposto o método do Bacen de controle da inflação, e o que mais me deixa indignado é ele dizer que essa ferramenta tem sido exitosa. Infelizmente, no Brasil, existe uma péssima cultura de dizer mentiras, às vezes descaradas, apresentando partes de verdades.

O “Gráfico Brazil Supply M2” é uma representação visual da evolução da oferta monetária M2. Sendo a quantidade total de dinheiro disponível na economia brasileira em um determinado momento. Mostrando como essa quantidade de dinheiro (M2) tem aumentado ou diminuído ao longo dos meses ou anos.
Digo isso, pois é fácil entender que o Bacen não está controlando a inflação, ele está apenas disfarçando as ações e políticas econômicas do governo. E não é somente deste governo, que é muito ruim, mas de todos os outros governos passados. Se analisarmos o gráfico M2 acima, observamos que os governos brasileiros desde 1989 têm imprimido dinheiro e gasto mais do que arrecadam.

A consequência disso é o poder de compra da população sendo corroído ao longo do tempo e, como na capa de abertura, um simples Big Mac que custava R$ 2,95 em 1998 agora custa R$ 25,90. Não é só o preço do Big Mac, mas adquirir qualquer bem nestes últimos anos está inviável: como peças de automóveis, comida, serviços como energia, água, internet.